Esta cidade, foi um porto de escala obrigatório desde o século XV até ao aparecimento dos barcos a vapor, no século XIX. As suas imponentes fortificações de São Sebastião e de São João Baptista, construídas há cerca de 400 anos, são exemplares únicos de arquitectura militar. Excelente exemplo de um tipo de construção ou um conjunto arquitectónico, tecnológico ou paisagístico que ilustra um ou mais períodos significativos da história da humanidade.
Vila desde 1474, Angra foi, historicamente, a primeira cidade europeia do Atlântico (1584), implantada em consequência da abertura de novos horizontes geográficos e culturais proporcionada pelo ciclo dos Descobrimentos portugueses. Desenvolveu-se a partir de seu porto, que se revestiu de grande importância estratégica entre os séculos XV e XIX, ilustrando a passagem dos modos de viver e de construir da Idade Média para a modernidade proporcionada pelos Descobrimentos e pela Renascença.
Ao longo dos séculos, Angra do Heroísmo esteve ligada à manutenção do Império Português, como escala obrigatória das frotas do Brasil, da África e das Índias.
A cidade foi abalada por um forte terramoto em 1 de Janeiro de 1980, sendo então iniciados estudos para a sua restauração e proteção. A classificação pela UNESCO da zona central de Angra do Heroísmo como Património da Humanidade já em 7 de Dezembro de 1983 – a primeira cidade no país a ser inscrita na lista – reflete a sua importância histórica e cultural.
No seguimento da classificação da cidade pela UNESCO, visando dar suporte e fiscalizar as obras efetuadas, foi criado o Gabinete da Zona Classificada de Angra do Heroísmo, que veio a ser regulamentado em 1987. Pelo porto de Angra (hoje transferido para Praia da Vitória, para dar lugar à marina de Angra) passaram ao longo dos séculos caravelas, naus e galeões que contribuíram para o progresso da cidade e suas gentes, como atestam palácios, conventos, igrejas e fortes.
Fonte: Câmara Municipal de Angra do Heroísmo