Fauna

Devido sobretudo à sua localização geográfica no Atlântico, teoricamente a meio caminho en­tre a Europa e a América, os Açores são local de paragem obrigatória para muitas aves migrató­rias que, nas suas longas travessias transatlân­ticas, aproveitam para descansar, não só nas lagoas e costas das ilhas açorianas, mas tam­bém na maioria dos ilhéus que as rodeiam, ni­dificando mesmo algumas delas nesses locais. 
Embora os Açores não possuam uma fauna endémica no verdadeiro sentido da palavra, es­pécies há que, pelo isolamento geográfico das ilhas, nelas se adaptaram e, por isso, apresen­tam características próprias, essencialmente de coloração, tamanho e formas, que as dis­tinguem, constituindo mesmo algumas delas, subespécies da Região.

Cão de Fila
 
O célebre cão de fila de São Miguel é um óptimo condutor de rebanhos e familiar presença na paisagem micaelense. As manadas de gado andavam em liberdade em 1439 o que as tornou bravas. Por isso apare­ceram os “cães das vacas” -cães de fila – para recolher as manadas. É um cão rústico, forte, pernoita ao ar livre todo ano, é inteligente, leal, obediente, morde sempre em baixo para não ferir o úbere das vacas. Têm mais ou menos 55 cm de altura e entre 25 a 35 kg, pelo curto e raiado, cabeça quadrada e maxilar muito forte. É um património genético muito importante e foi reconhecido pelo Clube Português de Cani­cultura em 1984. 

 


Caracterizada pela predominância de espécies da avifauna, na classe das Aves, é de salientar a existência do Priôlo (Pyrrhula pyrrhula murina), espécie endémica dos Açores em tempos consi­derada extinta, cujo único habitat actualmente conhecido se confina à Serra da Tronqueira, na área do Pico da Vara, ilha de São Miguel. 

 


Além desta, espécies como o milhafre, o quei­mado ou águia-de-asa-redonda (Buteo buteo), o cagarro (Calonectris diomedea), o canário-da­–terra (Serinus canarius), o melro negro (Turdus merula), o pombo-da-rocha e o pombo-torcaz (Co­lumba livia e C.palumbus), o garajau-comum e o garajau-rosado (Sterna hirundo e S.dougallii) e a gaivota (Larus argentatus), são, entre outras, algumas das aves que se podem observar. 
Na classe dos mamíferos pode referir-se a existência da doninha ou comadrinha (Mustela nivalis) do ouriço-cacheiro (Erinaceus euro­paeus) e do coelho bravo (Oryctolagus cunicu­lus), esta sem dúvida a espécie mais abundante da classe e a mais importante espécie cinegé­tica da região. 
No campo da ictiofauna que ocorre nas águas interiores das ilhas, é de mencionar que ape­nas em algumas das lagoas e ribeiras das ilhas de São Miguel e das Flores existem espécies piscícolas com interesse para a pesca desporti­va, nomeadamente as trutas, fario e arco-íris (Salmo truta e Oncorhynchus mykiss), o lúcio (Esox lucius), a carpa (Cyprinus carpio), a per­ca (Perca fluviatilis) o sandre (Stizostedion lu­cioperca) e o ruivo (Rutilus rutilus).

(Galeria gentilmente cedida por David Rodrigues)