De grande riqueza monumental, a Horta, sede do único concelho da ilha do Faial que abrange uma área aproximada de 173 Km2, é sem dúvida a mais alegre e vistosa cidade dos Açores.
A sua marina geralmente repleta de iates multicolores que à Horta demandam numa escala quase obrigatória quando atravessam o Atlântico Norte, transmite à baía e à própria cidade um ambiente muito característico reflectido numa saudável convivência entre iatistas e residentes.
Do ponto de vista arquitetónico, pela sua riqueza e importância, merecem destaque:
- A Igreja de São Salvador, a Matriz da Horta, a de Nossa Senhora das Angústias, a de Nossa Senhora do Carmo e a Igreja de São Francisco, hoje integrada no Museu de Arte Sacra e o Museu da Horta;
- As Ermidas de Nossa Senhora do Pilar e de Nossa Senhora da Guia, constituindo também magníficos miradouros sobre a cidade, parte sul da ilha e Pico;
- A Torre do Relógio, o Império dos Nobres e o Forte de Santa Cruz, notável fortaleza do séc.XVI hoje transformada em Estalagem;
- O Portão fortificado do Porto Pim e as Muralhas de São Sebastião, construídas para defesa da enseada do Porto Pim
Visitada a cidade e como que “exercício de aquecimento” para ir à descoberta da paisagem faialense, quatro hipóteses se oferecem aos visitantes:
- Uma visita ao Monte da Guia, subindo até à Ermida, daí podendo vislumbrar uma esplendorosa panorâmica sobre a cidade e sobre as ilhas do Faial e do Pico
- Na descida, a maravilhosa baía do Porto Pim, com a sua extraordinária praia, é convite a um refrescante banho nas calmas águas do mar; (As características paisagísticas e botânicas dos Montes da Guia e Queimado, determinaram a sua classificação como Paisagem Protegida, desde 1980)
- Um passeio ao Monte Carneiro, do cimo do qual se desfruta de uma bonita visão sobre o verdejante Vale dos Flamengos e sobre a Horta, com o Pico em frente a testemunhar;
- A subida à Espalamaca, donde se podem apreciar as duas panorâmicas anteriores, vistas agora de outro ângulo.
Partindo daqui em direcção ao centro da ilha, deslumbrante espectáculo nos espera: a imponente “Catedral de Silêncio e Beleza” que é a Caldeira do Faial, vasta cratera do extinto vulcão que deu origem à primitiva ilha.

Imagem: Nélia Cordeiro
Santuário de uma valiosa vegetação endémica, aliada à sua grandiosidade paisagística, a Caldeira do Faial está classificada como Reserva Natural.
Descendo da Caldeira em direcção ao Largo Jaime Melo e daqui inflectindo para poente, interessantes panorâmicas sobre a costa sul faialense se vão sucedendo, das quais se destaca a fascinante Baía do Varadouro dominada pelo Morro de Castelo Branco, constituindo a Ponta dos Capelinhos a meta a atingir.
Considerada um dos principais cartazes turísticos do Faial, esta “desértica” Ponta foi palco da mais recente erupção vulcânica verificada na ilha, e nos Açores, em 1957/58, sendo ainda evidentes os prejuízos que causou ao soterrar casas, terrenos de cultivo e o próprio farol que servia de orientação à navegação marítima que passava ao largo.
No Museu dos Capelinhos, existente perto da zona, na freguesia do Capelo, é lhe facultado o relato de todos os acontecimentos que se deram durante o período em que o vulcão esteve em actividade.
A subida ao Cabeço Gordo, o ponto mais alto da ilha com 1.043m de altitude, a partir da Ribeira do Cabo, é circuito recomendado, dada a espectacularidade que sobre a ponta oeste da ilha se pode desfrutar.
Na descida poderá repousar no bem apetrechado e fresco Parque Florestal do Capelo (Reserva Florestal de Recreio) e aí aproveitar para uma retemperadora merenda.
Regressando à cidade da Horta pela estrada que rodeia a ilha pelo norte, bonitos cenários sobre a costa litoral e vertentes da Caldeira divididas em cerrados orlados de vistosas hortênsias, fazem da viagem uma agradável sucessão de imagens.
Na Praia do Almoxarife, uma boa praia de areia e um parque de campismo acolhem com simpatia os seus visitantes.
Com boas recordações da mimosa Ilha do Faial, o adeus é-lhe dado do aeroporto de Castelo Branco.