Começando pelas Portas da Cidade, verdadeiro ex-libris de Ponta Delgada com os seus três imponentes arcos construídos no séc.XVIII, convidando a um passeio cultural pela cidade, talvez mereçam especial destaque, pela sua importância e valor histórico:
– As três imponentes Igrejas paroquiais das três freguesias da cidade, a da Matriz de São Sebastião, a de São Pedro e a de São José, autênticas obras de arte da construção dos sécs.XVI; XVII e XVIII;
– Igreja de São Sebastião – Construída no local onde havia uma ermida com S.Sebastião. Ficou pronta em 1547. Estrutura gótica mas o exterior com estilo Manuelino. Modificado no século XVIII, principalmente a fachada com o estilo Barroco. No interior bordados a ouro, madeiras raras (pau-santo).
– Igreja São José – Construída em 1709. Imagens com influência hispano-mexicana, azulejos azuis e brancos e mobilia de madeira jacarandá- estilo barroco.
– Igreja São Pedro – Imagens do séc. XVI, XVII, XVIII, altar em talha dourada, e o quadro do Pedro Alexandrinho Carvalho “Pentecostes”
– A Igreja do Colégio ou de Todos-os-Santos, antigo Colégio dos Jesuítas (hoje em obras de restauro), com a sua majestosa fachada de estilo barroco, a Igreja e Recolhimento de Santa Bárbara, interessante conjunto monástico e a Ermida do Recolhimento de Sant’Ana, gracioso elemento arquitectónico de estilo barroco de carácter popular;
– O Convento e Capela de Nossa Senhora da Esperança, vulgarmente conhecido por Convento da Esperança ou, simplesmente, Igreja do Santo Cristo, por ser local de culto ao Senhor Santo Cristo dos Milagres, padroeiro das maiores festas de cariz religioso que se realizam nos Açores;
– Foi em 23 de Abril de 1540 que as freiras deixaram o convento da Caloura trazendo a Imagem do Senhor Santo Cristo, e vieram habitar o Mosteiro da Esperança qual a construção foi iniciada em vida do seu fundador, o Capitão Donatário Rui Gonçalves da Câmara que, depois do terramoto de 20 de Outubro de 1522, passou a residir em Ponta Delgada. Na segunda metade do século XVII, o convento da Esperança começou a beneficiar de grandes melhoramentos: os célebres azulejos que ainda hoje se encontram no coro baixo, são da autoria de António de Oliveira Bernardes. As Religiosas de Maria Imaculada foram o quarto instituto a ocupar o Convento da Esperança.
– O Forte de São Brás, fortaleza renascentista (1552) construída para defesa da cidade contra os corsários que da ilha se aproximavam e o Reduto da Mãe de Deus, igual e estrategicamente erigido para defesa de Ponta Delgada, hoje interessante miradouro sobre ela;
– A Igreja de Nossa Senhora da Conceição, anexa ao Palácio da Conceição, este sede de vários departamentos governamentais da Região, o Palácio da Fonte Bela, funcionando actualmente como escola secundária e o Palácio de Santa Catarina, residência senhorial do séc.XVIII com a sua ermida e curioso pátio;
– O Palácio de Sant’Ana, bela construção do séc.XIX implantado no meio de um amplo e bonito jardim, sede da Presidência do Governo Regional dos Açores e os Paços do Concelho, interessante exemplar de estilo barroco onde funciona a Câmara Municipal que rege os destinos do concelho de P. Delgada;
– O Convento de Santo André, onde funciona o Museu Carlos Machado, recheado de ricas colecções de pintura, escultura, gravura, azulejos, zoologia, botânica, etc. e apresentando uma secção etnográfica com interessantes cenas da vida açoriana (O Museu Açoreano que apareceu em 1880 no Liceu Nacional com exposições em zoologia, botânica, geologia e mineralogia mais tarde exposições de arte e etnografia popular. Depois mudou para o Mosteiro de Santo André em 1930. Agora com colecções de pintura, escultura, azulejaria, porcelana, ourives, brinquedos e exposições originais. Pintura sobre tábuas de santos, e arte contemporânea.);
Além destes, outros edifícios há que, não possuindo a grandiosidade dos mencionados, apresentam no entanto curiosos exemplos de arquitectura urbana do séc.XVII ao XIX que completam o panorama arquitectónico de Ponta Delgada, merecendo por isso um pouco da nossa atenção.
Toda a zona litoral da cidade é percorrida pela Avenida Marginal, um dos importantes centros da vida quotidiana de Ponta Delgada. Ao longo de toda a sua extensão, um constante vaivém de pessoas na sua azáfama diária dá lugar, à noite e especialmente nos serões das quentes noites de verão, a uma calma concentração de cidadãos em saudável convívio social.
No extremo poente, a avenida dá acesso ao porto comercial onde se movimenta todo o tráfico marítimo da ilha. Na zona nascente da avenida marginal, o complexo marina-piscina municipal é local que convida a agradáveis momentos de recreio e lazer:
– O Clube Naval de Ponta Delgada, agora com instalações modernas que acolhe os seus sócios e convidados e que celebrou 100 anos de actividade no verão de 2001, o mais antigo clube desportivo nos Açores, com um invejável currículo na história dos clubes desportivos nacionais.
– A piscina, com as suas óptimas instalações, constitui, para os seus utentes, uma excelente zona balnear dentro da cidade;
– A marina, por seu lado, acolhe no seu seio diversos iates que, nas longas travessias transatlânticas, à ilha aportam para reabastecimento e descanso das suas tripulações, ao mesmo tempo que serve também de ancoradouro permanente de várias embarcações de recreio açorianas, o que transmite àquela zona litoral um constante e alegre cenário de côr e movimento. Além disso, vários recantos com bancos de pedra e um bar com esplanada, fazem do local agradável ponto de encontro de várias gerações, nas suas horas de lazer.